[firebase-br] Banda Larga

Eduardo C ecostas em gmail.com
Qui Jul 9 20:09:58 -03 2009


Lembrei-me de um artigo que li no final da década de 80, onde o articulista
americano questionava o próprio governo com relação a investimentos em
educação, citando a Coréia do Sul, país relativamente pobre e que estava
investindo percentualmente muito mais que os Estados Unidos. Apesar do baque
que os Tigres Asiáticos sentiram, foi assim que conseguiram tornar-se
potências. A proposta de se colocar computadores (PCs) nas escolas
brasileiras também tem sido muito discutida É algo muito bonito,
interessante no aspecto de propaganda, mas esbarra no problema de formação e
remuneração dos professores e das escolas que, muitas vezes, não têm nem
giz. Vi isso acontecer no Colégio Técnico, dentro da UFMG, não sei como está
atualmente, mas imagino que ainda seja o que acontece principalmente em
municípios e bairros mais carentes.

Quanto à nossa "banda larga", pagamos preço de topo de linha pelo que seriam
algumas das velocidades mais baixas no exterior. Além de geralmente nos
penalizarem por tráfego, reduzindo a velocidade para 10% quando se faz
alguns uploads e downloads maiores; a velocidade de upload normalmente é 10%
da velocidade de download e as quedas do serviço são consideradas como
normais. Exceto nos casos mais extremos, como os da Speedy nos últmos meses.

Eduardo

2009/7/6 Renato André <renato em keninfo.com.br>

> Pessoal,
>
> Achei esse texto interessante, e como tem a ver direta ou indiretamente com
> todos aqui, optei em transcrevê-lo, foi publicado no Jornal O Globo. Vale o
> conhecimento.
>
> Abraços.
> Renato André.
>
>
> "
> Banda Lenta
>
> Benito Paret*
>
>
>
> O Brasil dispõe de um dos piores serviços de internet em banda larga do
> planeta. Enquanto a média mundial de velocidade é de 13 megabits por segundo
> (mbps), 90% dos assinantes brasileiros acessam a rede a, no máximo, 2 mbps.
> Assim mesmo, nos horários de pouco tráfego. Isso porque as operadoras só se
> obrigam, por contrato, a garantir conexão a 10% da velocidade contratada.
> Como a Internet é considerada um serviço de valor adicionado oferecido pelas
> operadoras, a Agência Nacional de Telecomunicações não fiscaliza, não
> supervisiona, nem regula as operações.
>
> A União Internacional de Telecomunicações (UIT) define banda larga como
> conexões iguais ou acima de 2 mbps. Como a maior parte dos contratos não
> garante além de 10% da velocidade contratada, conclui-se que para a maioria
> dos brasileiros banda larga é, sem trocadilho, uma "conexão virtual". Pior
> que isso: pagamos pela nossa velocidade de carroça mais que os países
> europeus e que nossos vizinhos sul americanos. Em julho do ano passado o
> custo médio mensal, no Brasil, era de US$ 30 por 128 quilobites por segundo
> (kbps). Nossos irmãos argentinos pagavam, na mesma época, US$ 27 por 512
> kbps; e os chilenos US$ 34 em troca de 300 kbps.
>
> Na abertura do evento Portugal Tecnológico em Lisboa, em novembro de 2008,
> ouvimos que o projeto do governo era transformar Portugal numa potência
> tecnológica. Para isso, o desafios era interligar 100% do país por fibras
> ópticas e oferecer a todas as empresas e cidadãos acesso à Internet a
> velocidades de 100 mbps. Achamos, no mínimo, um exagero, mesmo para um país
> tão pequeno como Portugal. Quando lá voltamos, em maio ultimo, 100% do país
> estava interligado por fibras ópticas (1% por satélite). E ouvimos que até o
> final do ano a Portugal Telecom teria vendido um milhão de pacotes de 20 ou
> 100 mbps. Os de 20, a cinquenta euros mensais. Os de 100, a! setenta.
>
> Apenas 4,6% da população brasileira acessam os serviços de banda larga. Na
> Argentina, a cobertura alcança 6,6%. No Chile, 8,8%. E na Coréia do Sul,
> 26%. De onde se conclui que a conexão em banda larga, no Brasil, não só é
> ruim, como também é limitada e cara.
>
>
> A maioria dos municípios brasileiros não oferece conexão dedicada à
> Internet. Só acesso discado. Muito menos banda larga. Por total desinteresse
> das operadoras locais. No Rio de Janeiro, nem os municípios da Região
> Metropolitana, ou sequer os bairros da Zona Oeste têm, na sua maioria,
> acesso a esse serviço. Pior ainda: paga-se no Rio, o acesso mais caro do Sul
> e Sudeste, por conta de um ICMS 20% acima dos demais estados da região.
>
> Instalar computadores nas escolas e distribuir milhares de laptops a
> professores sem disponibilizar conexão em banda larga é jogar dinheiro fora.
> Sem conexão que permita baixar filmes, imagens e programas mais pesados,
> educação pela Internet não passa de ficção. Banda larga não é um luxo, nem
> se instala computador em escola para jogar paciência e enviar e-mail. Sem
> banda larga, jamais nos inseriremos na sociedade da informação.
>
> Se há uma área em que o Estado precisa intervir para botar o Brasil em pé
> de igualdade com seus concorrentes é a da Internet. Essa é uma
> responsabilidade dos ministérios da Educação, das Telecomunicações, da
> Ciência e Tecnologia, dos estados e municípios. Sem uma política pública que
> exija universalização, qualidade e preço, o serviço de banda larga
> existente, deterá o desenvolvimento tecnológico do país.
>
> Sem infraestrutura tecnológica de qualidade e barata nosso ingresso na Era
> do Conhecimento não passará de discurso vazio. Num mundo que se move a
> terabites por segundo, não serão os maiores que engolirão os menores, mas os
> mais rápidos que engolirão os mais lentos.
>
> *Benito Paret é presidente do SEPRORJ - Sindicato das Empresas de
> Informática do Estado do Rio de Janeiro.
>
> Fonte: Jornal O Globo, caderno Opinião de 04/07/2009"
> ______________________________________________
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